segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Mantega pede e tarifa de metrô sobe só a partir de abril

19/01/2013 - O Estado de São Paulo

Na quarta-feira, o governador de São Paulo já havia dito que o Estado faria todo o possível para segurar os reajustes do metrô

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse quinta-feira que as tarifas de trem e de metrô podem aumentar após o primeiro trimestre. Dessa forma, ele aten deria ao pedido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de adiar os reajustes tarifá rios para não pressionar a inflação. Alckmin também garantiu que o pedido do minis tro se restringiu apenas à área de transportes.

"(O pedido) foi exclusivamen te na área de mobilidade urbana", disse o governador, após participar da sanção da lei que transforma o Departamento Es tadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP) em autarquia. Alckmin garantiu também que o governo estadual não avalia nesse momento um reajuste da tarifa na conta de água. "Nós não pre tendemos fazer nenhum reajus te da Sabesp neste momento."

De acordo com o governador, o ministro não ofereceu nenhuma compensação em troca da colaboração do Estado.

"Não tem nenhuma troca. Foi apenas uma conversa com o ministro da Fazenda, que exteriorizou sua preocupação com o pico inflacionário no começo do ano e que se fosse (feito o aumento) após o primeiro tri mestre ajudaria a diluir e evitar o pico inflacionário. Não tem nada em troca e nós também nem decidimos ainda", refor çou o governador. Segundo ele, o governo estadual analisa "com boa vontade" o pedido de Mantega. "Nós vamos verificar isso com boa vontade", disse.

Na quarta-feira, o governador de São Paulo já havia dito que o Estado faria "todo o possível" para segurar os reajustes do metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).

Prefeituras. O pedido do ministro da Fazenda se estendeu para os prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB). Nas duas cidades, o governo federal pediu para que os reajustes do transporte público também fosse adiado.

A prefeitura de São Paulo informou que o reajuste da passagem de ônibus deve acontecer a par tir de 1° de junho. No Rio, ainda não há uma definida para a alta no preço das passagens. Rio e São Paulo têm maior peso no ín dice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial do País - no ano passado, o IPCA acumulou alta de 5,84%.

O governo quer evitar que o reajuste do transporte público, combinado com o aumento da gasolina, pressione demais o IPCA. O Estado revelou esta semana que a gasolina deverá ter um aumento de 7%. Será o primeiro reajuste em 10 anos. Para tentar atenuar o aumento, o go verno já anunciou que o porcentual de etanol na gasolina passa rá de 20% para 25%, no final da safra da cana-de-açúcar, possivelmente no mês de abril. O óleo diesel também vai subir, mas em nível um pouco menor do que a gasolina - entre 4% e 5%.

Combinado com o aumento previsto dos combustíveis e com as altas tradicionais de início de ano, como mensalidade escola res, o governo teme que o índice de inflação suba para próximo de 1% e alimente as expectativas inflacionárias para o ano.

Fonte: Daiene Cardoso - O Estado de S. Paulo

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